quinta-feira, 8 de maio de 2008


Sobre Marcas, Comportamento e Experiências.
Estamos numa nova fase, como dizem alguns pensadores, entramos na economia das experiências. Do foco nos produtos, fomos para o foco nos serviços, agora o foco é a produção de experiências. O marketing amadureceu e quer entregar valor na forma de experiências memoráveis. Consumo não é transação comercial, consumo é para se sentir bem.
Antes se pensava que os consumidores queriam apenas os produtos, depois veio a percepção que se consumiam mais que valores materiais, havia a dimensão do consumo simbólico e imaterial e os consumidores buscavam construir seu auto-conceito e projetar sua identidade pessoal e personalidade através do que usavam e consumiam. Hoje sabemos também que consumimos mais que valores funcionais e estilos de vida. Entramos na era do consumo de emoções e experiências. Não apenas as mercadorias ganham atributos e características humanas, elas também são estetizadas e dotam de sentido e significação psicológica nossas vidas. As próprias relações de consumo estão se tornando cada vez mais relações emocionais.
É preciso que criemos uma cadeia de experiências positivas ao longo de toda cadeia de compra e consumo. Da produção do desejo à busca de informações, da embalagem esteticamente atraente ao ponto de venda como um espaço conceitual de experimentações sensoriais, da ampliação das escolhas e do consumo customizado, do compromisso ético e responsável patrocinado pelas empresas e marcas.
Para quem produz e vende sonhos, para quem cria e pensa em comportamento e moda, bem estar e prazer pessoal, valores e atitudes, a preocupação com ser humano é essencial.
O que realmente gera uma experiência positiva da marca para um número crescente e já representativo de pessoas é o respeito à sociedade. Antes de se pensar na preocupação específica com seus clientes ou públicos diretos, deve se pensar na sociedade como um todo. O cidadão tem que vir antes do consumidor, se queremos falar de um marketing inteligente e moderno.
Mas se formos falar aqui das pessoas como consumidores ou clientes é preciso saber quem forma a base ou segmento de consumidores de sua marca, o que querem, como produzir e entregar este valor e como se comunicar com estes públicos.
Quando falamos pessoas e consumidores no genérico, ainda imaginamos uma população homogênea a amorfa e aí reside o primeiro grande erro de muitos competentes profissionais.
Segundo, a marca tem que estar onde seu cliente está. Estar presente nos lugares onde ele frequenta, estar focada nos seus interesses e valores, se antecipar naquilo que ele quer ver e sentir, falar sua língua nativa, ouvir o que eles têm para dizer e buscar entender o que eles querem expressar. A marca precisa sempre identificar e estar em sintonia com os interesses do consumidor. Ajudá-los a construir e repensar sua auto-imagem. As marcas no mundo da moda têm acima de tudo este dever.
O foco das empresas precisa ser a satisfação e criação de valores relevantes, com criatividade e conteúdo. Criar experiências únicas, ações concretas e planejadas que atendam de fato as expectativas criadas na mente do cliente.
Uma experiência de marca positiva e marcante é aquela que é estrategicamente criativa e inovadora. Não são apenas os produtos da marca que devem ser modernos e inovadores, mas acima de tudo sua forma de se comunicar e se relacionar com seus consumidores. A força da experiência de marca está em criar um relacionamento da marca com seus públicos, um diálogo que seja vibrante e que lhe encante a cada dia. mantendo 'acesa a chama’.
As marcas de moda, em particular, se tornaram as plataformas para a criação de atitudes e comportamentos na sociedade. São mais que nomes, imagens, símbolos ou sons, são plataformas de comunicação, envolvimento e relacionamento do consumidor com a empresa.
Tornaram-se redes de comunicação e sociabilidade, verdadeiras comunidades e plataformas afetivas de comportamento, valores e atitudes.

Sérgio Lage

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