quinta-feira, 24 de abril de 2008





Notas sobre trocas e interrupções
Um breve resumo...

Renuncio aqui ao discurso coerente. Vamos trocar. Troca. Troque-se. Comece a partir de um movimento sutil. Depois sinta seu corpo, suas camadas. Olhe para os lados, mapeie as sensações do que está a sua volta sem a busca por contornos definidos. Aviso desde já que o desconhecido é o que está em jogo. Procure parcerias, pois afinal trata-se de uma troca, e o outro aqui é muito importante, mesmo que para trocar com você mesmo. Um leve desconforto lhe tomará por um instante. O corpo ao trocar entra em trânsito. Um trânsito em suspensão, de velocidades e lentidões. Mas pode parar por um instante, o que seu corpo sentir necessidade. A pausa também permite a troca. Contudo não se preocupe com a simetria durante o processo, o inacabamento é necessário. A ausência estará sempre presente. Uma leve distorção há de se fazer necessária para que se criem outros tempos e para que a estranheza se mantenha familiar na relação. Até um desvio é permitido. Mesmo que seja a fuga de algo que seu corpo ainda não dê conta. Perceba a si mesmo e ao outro como passagem, ensaie entrecruzamentos. A distância permanecerá, e outras formas de outras relações e outras trocas irão surgir. Movimentos que não findam. Assim como a escrita. Por isso mesmo, agora eu quem peço a pausa, a interrupção, pois estou tomada por essa infinitude. Trocaremos ainda.



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2 comentários:

Cynthia CV disse...

Muito bem, Thais! Eu tô dentro!

AMA disse...

troque-se como a borboleta...ne que seja pra um curto mas maravilhoso vôo...